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A acessibilidade para pessoas com deficiência é um direito previsto em lei. No entanto, muitos estabelecimentos não contam com adaptações para esse grupo de pessoas. Continue lendo para saber como tornar o seu consultório um ambiente inclusivo para todos!

Cerca de 25% da população brasileira é formada por pessoas com algum tipo de deficiência, segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Essa estatística representa em torno de 45 milhões de brasileiros.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (N°13.146), por sua vez, determina uma série de direitos a esse grupo de pessoas, incluindo o direito à acessibilidade.

Apesar da legislação e do número expressivo, muitas pessoas ainda têm dificuldades no dia a dia por conta da falta de estrutura para recebê-las.

Essa situação é mantida, principalmente, pela ideia popular de que as deficiências dessas pessoas representam falta de autonomia para que elas vivam normalmente. Entretanto, a ausência dessa autonomia está muito mais ligada à negligência da população do que às deficiências.

Para mudar esse cenário é preciso investir em acessibilidade, especialmente em estabelecimentos ligados à saúde, como é o caso das clínicas odontológicas e médicas.

Afinal, o que é acessibilidade?

Essa pode parecer ser uma resposta óbvia, no entanto, o cenário descrito acima mostra que a questão da acessibilidade não é tão evidente quanto achamos.

Atualmente, muito tem se falado de inclusão e igualdade na nossa sociedade, mas na prática esses princípios  ficam apenas na promessa. É impossível falar em promovê-los quando normalizamos algumas situações envolvendo portadores de deficiências.

Imagine a seguinte situação: Um paciente cadeirante vai à sua clínica para fazer um tratamento com a colocação de um novo aparelho ortodôntico. Ele está muito feliz, afinal, poderá finalmente conferir o novo aparelho ortodôntico transparente.

No entanto, quando ele chega na sua porta percebe que há uma escadaria enorme e  nenhuma rampa para poder passar com a cadeira. Então, ele precisa contar com a ajuda de duas pessoas desconhecidas para carregá-lo até a porta. A mesma situação se repete na hora de ir embora.

Percebeu o constrangimento? Essa pessoa não pode dizer que tem livre acesso a sua clínica, simplesmente porque precisa do auxílio de terceiros para fazer algo básico como entrar no seu estabelecimento.

Sendo assim, acessibilidade é um direito que permite que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida pratiquem a cidadania e participe de forma ativa da sociedade.

Esse direito é assegurado por meio de medidas para adaptar os espaços, a comunicação e os meios tecnológicos às necessidade dessas pessoas. No caso da clínica do nosso exemplo, uma rampa ou elevador resolveria o problema (dentre outras medidas tomadas dentro da clínica).

Importância da acessibilidade

Cuidar do outro é o princípio fundamental no exercício da odontologia. Quando você deixa de promover um ambiente acessível e confortável para todos os seus pacientes, sem exceções,  você está negando a natureza da profissão.

Ao promover a acessibilidade no seu consultório você garante o direito de ir e vir dos pacientes com deficiência sem prejudicar a segurança e integridade física deles.

Além disso, um ambiente mais igualitário e acessível está diretamente ligado à qualidade do atendimento e à reputação da sua clínica. Ajudando, inclusive, a fidelizar mais clientes.

Para elucidar essa ideia vale criar mais um exemplo prático:

Imagine que um futuro paciente com deficiência visual pesquise na internet por “quanto custa um implante dentário” e encontre a sua clinica.

No dia da consulta ele chega ao consultório e encontra um ambiente todo adaptado, de modo que ele consiga ser atendido sem maiores obstáculos.

Meses depois ele sente dores no dente e precisa fazer um tratamento de canal. Por ter sido bem atendido e se sentido confortável dentro do seu consultório, o paciente não irá hesitar em procurá-lo para realizar o procedimento.

O que você pode fazer para deixar sua clínica mais acessível

Construir um ambiente acessível é uma medida prevista em lei. Por isso, é sua responsabilidade e obrigação oferecer um espaço completamente adaptado.

Para isso, é fundamental que a sua clínica esteja em concordância com a legislação e com as normas técnicas estabelecidas pela ABNT.

A seguir, confira algumas das normas estabelecidas pela instituição para garantir que a sua clínica seja um ambiente inclusivo e acessível:

Acessibilidade na área externa da clínica

Como ficou claro no primeiro exemplo que demos, a área externa é o primeiro contato do paciente com a clínica e, muitas vezes, o primeiro obstáculo. Para evitar situações que ferem a dignidade e o direito dos seus pacientes, fique atento aos seguintes aspectos:

  • Rampas de acesso;
  • Elevadores para cadeirantes;
  • Estacionamento com vagas prioritárias (não se esqueça de fiscalizar o uso);
  • Corrimão em todas as escadas;
  • Calçada com piso tátil;
  • Portas adaptadas.

Acessibilidade na área interna da clínica

Para criar um ambiente acessível é preciso, também, garantir a autonomia dos seus pacientes dentro do consultório para que eles possam acessar as diversas facilidades, como a recepção, corredores, banheiros e sala de atendimento.

Por isso, você pode contar com diversos recursos para adaptar o ambiente e respeitar as normas técnicas.

  • Piso antiderrapante;
  • Corredores espaçosos (de acordo com as normas técnicas de largura mínima);
  • Corrimãos e barras de apoio em diferentes locais;
  • Banheiros adaptados para diferentes necessidades;
  • Altura do mobiliário (balcão, poltronas, cadeiras e macas);
  • Portas adaptadas.

Ao fazer todos esses ajustes lembre-se de colocar o adesivo com o Símbolo Internacional de Acesso para avisar que o seu consultório tem acessibilidade.

Além disso, durante o planejamento das adaptações conte com a ajuda de um profissional capacitado. Isso porque, cada imóvel tem suas particularidades dependendo da sua localização, tamanho e tipo (edifício ou residencial).

Por isso, os elementos incluídos na clínica precisam ser avaliados individualmente e de forma antecipada, já que podem se tornar mais uma barreira se instalados de forma incorreta.

 

Texto produzido por Estela Lima, redatora da empresa Clínica Ideal.

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